Pegando carona neste clima de sustentabilidade da
Rio+20, observei um fato bastante interessante e que a meu ver merece um olhar
mais atencioso por parte da maioria de nós. Já há muitos anos se tem falado a
respeito do consumo consciente e de estratégias que tanto o governo, quanto a
sociedade civil podem adotar para que se explorem menos os recursos naturais de
nosso país. Uma das iniciativas que podem ser adotadas é a reciclagem. O Brasil
é um dos primeiros no ranking de países que mais reaproveitam seu lixo. Uma
conquista bastante louvável se considerarmos apenas o aspecto dos benefícios
ambientais conquistados. Contudo, essa estatística representa a necessidade de
sobrevivência de parte de nossa população que encontrou no lixo uma fonte de
renda.
Com o
crescimento do consumo de produtos que não agridam o meio ambiente, a indústria
passou a recorrer à matéria-prima vinda de artigos reciclados e com isso temos
um aumento da demanda destes. Criaram-se cooperativas de catadores e ONGs que
investem neste trabalho e assim nasceu mais uma forma de sobreviver da parte
mais necessitada de nossa população. Quantas famílias têm sua renda vinda
unicamente da reciclagem de alumínio, papel...?
Temos
que pensar de uma forma mais consciente? Sim, certamente. Devemos ser sustentáveis
em nosso dia-a-dia, com medidas que parecem simples, como separar o lixo, mas
que tem efeitos bastante significativos. Além disso, precisamos observar que
ser sustentável é se preocupar com o meio em que vivemos e esta preocupação
envolve proporcionar condições de vida minimamente dignas para grande parte da
população que divide conosco este meio e para isso devemos pensar além. Temos
que ser “sustentáveis” principalmente na hora em que escolhemos nossos
representantes no Governo, para não acabarmos em mais uma tentativa de reciclar
o lixo de Brasília. E este além de não ter nenhum benefício, ainda prejudica a
vida de muitos de nós.